Caminhamos para um ano e meio de pandemia, o novo coronavírus já provocou a perda de mais 330 mil vidas em todo país. Além das vidas perdidas, as famílias, as pessoas tiveram que lidar com uma grave crise econômica; desemprego, proibição de trabalhar, fechamento de empresas, alta desenfreada no custo de produtos básicos como arroz, feijão, óleo, leite..., endividamentos e muita insegurança.
Para lidar com as dificuldades é justo destacar as medidas do setor público, com recursos para área da saúde, socorro para os municípios, socorro para hospitais, auxilio emergencial, distribuição de cestas básicas, bem como algumas medidas fiscais para socorrer o setor produtivo.
Até o fim de 2020, mesmo com tantas dificuldades as famílias se viraram ou sobreviveram do jeito que deu. A partir de janeiro de 2021 o reflexo das dificuldades enfrentadas no ano passado, trouxe um cenário mais preocupante ainda. O auxílio emergencial deixou de existir e o valor que virá a partir deste mês, através do governo Federal é insignificante.
É hora de uma profunda reflexão, assistimos e lemos diariamente propostas para amenizar o sofrimento das famílias, a mais nova proposta é uma campanha solidária onde o povo vai ajudar o povo. Mas e onde ficam os “homens do poder”? Vão continuar com a choradeira do “não temos mais recursos”, “não podemos estourar o orçamento” “a arrecadação caiu” e tantas outras justificativas como forma de negar o apoio à milhões de famílias.
Administrar recurso público não é para qualquer um. Basta uma pequena pesquisa no portal da transparência dos Municípios, vamos encontrar milhões de recursos públicos gastos, que poderiam muito bem ser congelados, direcionando-os para o atendimento social, amparando cidadãos pagadores de impostos, amparando realmente todos que contribuem para que a máquina pública exista.
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Segundo o portal da Transparência até o dia 30 de março Boituva já arrecadou o astronômico valor de R$ 71.725.673,62. Será que de mais de 71 milhões de reais é impossível tirar um valor necessário para proporcionar um bom e justo atendimento social às milhares de famílias boituvenses?
O município mantém vários contratos de prestação de serviços de assessoria, consultoria entre outros, não essenciais para o bom andamento da máquina pública. Porque não congelar tudo, cortar estas despesas e reverter os recursos para medidas sociais, principalmente para atendimento com cestas básicas ou através de auxilio emergencial em dinheiro. Só isto em prática, injetaria o suficiente para o atendimento social.
Senhores “donos do poder” chegou a hora de mostrarem o porquê são representantes do povo, que sabem administrar crises e são capazes de promover a solidariedade.
Sérgio Nunes é ex-Prefeito do município de Boituva e Analista Político
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